segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Certa mulher

Teu veneno tece seus lábios e me corta feito fel
e não é de se espantar,
como pode haver em uma única mulher tanta beleza junta
e não se apaixonar?
Tua pele morena acumula em mim todos os desejos do mundo,
um desperdício não sonhar.

Bebo do teu veneno todo esse absinto,
são goles que não matam a minha sede
mas é de todo esse sabor que me embriago
me absolvendo de todos os atos involuntários.

Viajo do mais puro nécta dos deuses
ao mais límpido espelho da alma,
Não existiria beleza se não houvesse algo para guiá-la.
Teus olhos bordados, feitos a cetim
hipnotizam e paralisam todo um só ser
levando-o à loucura,
mas loucura é não se arriscar diante de você.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Te amo

Te amo,
Com a mesma força que há nos punhos de um gigante,
Te amo,
Com a mesma força presente nas ondas do mar.

São teus olhos, caminhar, mãos e boca,
amo cada defeito, cada gesto, cada murmurar.

Não tem como fugir de algo tão intenso
e eu só penso em pensar: ”É, eu amo mesmo”.
Amo cada parte, do principio ao fim,
até as tuas renúncias de beijos e abraços me fazem sorrir.

Desde a sua chegada não ouso dormir,
você é força que me mantém em órbita.
Agora mora em mim, nos meus braços cada pedaço teu.
Quero te levar comigo,
assim como você transportou cada sentido meu.

Há vontades que só se encontram no vento
como querer te cercar por todos os lados, apenas te protegendo.

Te amo,
Sem ao menos saber porquê,
sem nada querer em troca.
Eu apenas amo.
E amaria quantas vezes mais fosse preciso.
É imprescindível.

Supremacia

A dor se supera
e nem mesmo a canção mais triste
nos leva de volta a penumbra.

A meia-luz que ainda ultrapassa os corpos
não ilumina nossos rostos
assim a expressão não é convincente, é duvidosa!

A dor já superada ajuda à alma
Nem mesmo o fogo ardendo em brasa
Nos leva a desistência e sim a calma.

A dor é a cura, para aqueles que amam
E para aqueles que odeiam,
A dor é um ânimo.

Essa Dor!

Que dor é essa?
que acalenta o meu peito
que enche o meu rosto de amargura e receio
porem adormecendo e consolando todo o meu lamento!

Mas que dor é essa?
que seca as minhas lagrimas ...
que corrói o corpo, acinzentando as palavras
que consome meu poder de querer saber mais!

São inúmeras duvidas ...
cada qual um tormento, nada involuntário
que pouco a pouco me pune sem saber
que toma o meu controle, ... não sei!

E que droga de dor é essa?
que me lava a alma, que me traz a falta de um por que.
que dispara meu coração feito uma bala
e que me cansa os pulmões sem correr ...

Que dor é essa?
que disatina sem doer
e que me mata apenas por querer.





Participação de Gabriel Araujo

Desconheço

Desconheço
Seus passos mal dados,
Seus caminhos, seus atrasos.
Desconheço também,
Seus defeitos, suas mentiras,
Suas mudanças e descasos.

Te vejo acima do mundo.

Sua imagem invade minhas vagas memórias,
Seu sorriso e hábitos me conduzem dia a fora,
Não perco chances, oportunidades de te ver
Pois não conheço outro tipo de saudade.

Muitas vezes me sinto aquecida por sua voz
E às vezes meia palavra basta.
Loucuras, jamais imaginadas.

Desconheço tal sentimento
Tão forte e intenso, mas eu não o temo,
É por você cada inigualável momento.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

"Para alguns a verdade é tão falsa que a mentira torna-se necessária".

- Clareia o meu dia escondendo a noite.


às vezes penso que estou vivendo um sonho ruim,
que logo vou poder acordar, voltar a realidade...
e adivinha: - você vai estar lá!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Em 5 minutos de fúria.

Ensurdece-me os ouvidos toda a linguagem deles,
toda a sua ignorância e preconceito me enojam.
Seus olhares desaprovadores e palavras que tendem a me atingir
não surtem mais efeitos sobre mim.
Despejo então sobre eles todo o meu lamento e o meu desprezo,
tapando os ouvidos e ignorando os sinais, num esforço sobre-humano;
Eu não quero ser igual,
Igual a eles que não sabem aceitar as diferenças, os desiguais.
Tenho em mim valores reais,
os deles se perderam há muito tempo.
Valores diferentes daqueles que eles fingem pregar,
e quais são esses que só ensinam a apedrejar?

Viver... É clichê?

Tenho pressa impressa no meu viver
por isso não temo sentir
tudo que posso de uma só vez ,
quero roubar o que é belo logo
sem esperar que me venha depois ,
desejo e posso ver a vida breve
escorrer feito água pela minha pele
e porque esperaria ela terminar de correr,
para me banhar de novo nessa loucura?
Simplifique. Não há porques,
só há vontade de sentir com fervor cada instante
como se fosse um fósforo queimando.
Não quero esperar que decidam por mim
o que será feito do meu amanhã,
preciso e vou sorrir agora
como se daqui a meio segundo
tudo fosse ruir,
necessito e tenho que amar agora
como se um piscar de olhos
levasse uma eternidade até vir.

Carta de um Santeiro decaído

- "Sinto o frio estalar meus ossos,
vejo o céu entristecido
e as estrelas caindo na terra.

Solidão tamanha essa
que já não cabe em mim.
Medo esse que me castiga
rasgando lentamente a minha carne.

Ontem eu era um Deus,
hoje sou mortal
e o que você era
é tudo o que me falta.

Eu pensei ser praia
agora que se foi
só há deserto em mim".

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

[In]vento

Nas curvas das ruas,

Perdido no mundo,

No sopro da boca,

Vive sozinho.

Entre as copas das árvores,

Em baixo da chuva,

Acompanha a maré

Junto da lua.

Varando a noite

Fora de casa,

Corre mancinho

Rompendo o silêncio.

Varre o quintal,

Seca a roupa,

Leva o varal

E todo o sossego.

...Ah o vento, ele só quer dançar!